#Educação: Por favor, salvem a professorinha!
outubro 27, 2007
Ainda mais na velocidade com que as informações são repassadas nos meios de comunicação, nas escolas e a ausência da qualidade no ensino fundamental é médio, ser um sujeito crítico está se tornando raro - uma verdadeira omissão social: culpa do professor intransigente, do aluno que só quer passar de ano e do governo que investe pouco na educação.
O senso comum diz que a boa educação é a base de tudo. Mas como educar um filho de pais que não receberam educação adequada? Como educar uma criança com fome e que enxerga na criminalidade a saída mais emergencial para resolver os problemas dela? Educar é um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano. Por ser justamente um processo é algo que demanda tempo e, principalmente qualidade.

A educação, por si só, não é capaz de mudar a sociedade. A partir da educação, o indivíduo torna-se crítico. Daí tem a possibilidade de questionar as coisas da sociedade e, principalmente, o pensamento, tanto dos autores quanto os valores culturais, que foram construídos antes dele. Só assim, depois de educado e crítico, será capaz de fazer revolução.
A base da educação é o questionamento. Questionar sempre. Por em xeque aquilo que é discutido até que se chegue a um entendimento ou a uma resposta satisfatória. Pode ser que essa resposta seja rápida ou demorada para ser concluída, porém é de extrema importância fazê-la. De uns tempos para cá, cerca de menos de 20 anos, é que os professores começaram a ter essa nova postura: excluir a decoreba da sala de aula e provocar a crítica nos alunos.
Um dia, não muito distante, pretendo ser professor na minha área de atuação: o jornalismo. Quero lecionar telejornalismo e webjornalismo que são duas vertentes das quais me despertam interesse. O fato de estar cursando uma especialização que me habilite a dar aula no ensino superior já é algo que me faz encher os olhos para uma possível alternativa no mercado de trabalho.
Ser professor é algo que demanda muita responsabilidade. É uma profissão que mexe com o imaginário do outro: é um profissional que irá passar conhecimento a quem não o tem e o fará capaz de questionar aquilo que a pouco começou a entender.
Já na pós-graduação, no sentido mais literal da palavra "pós", estou me deparando com uma outra realidade: em breve me tornarei especialista. Tenho mais tempo de ler os assuntos que me interessam e ainda produzo material mais dirigido as esferas que pretendo trabalhar.
Já na pós-graduação, no sentido mais literal da palavra "pós", estou me deparando com uma outra realidade: em breve me tornarei especialista. Tenho mais tempo de ler os assuntos que me interessam e ainda produzo material mais dirigido as esferas que pretendo trabalhar.

Não dá tempo de aprender tudo em um semestre ou de uma hora para outra. Todos nós precisamos de tempo e calma para dedicarmos ao aprendizado. Penso que ser professor é ser pesquisador. Não basta simplesmente saber, tem que ter vocação e paixão em ensinar, pois o aprendizado é uma via de mão dupla.
"A professora interiorana, com uma saia rodada de chita e um toco de giz na mão, escreve no quadro: por favor, salvem a professorinha!". Quem não lembra desse antigo bordão de Caco Antibes, do extinto programa Sai de Baixo, da TV Globo, sucesso no final da década de 1990 e início dos anos 2000.
A fala da personagem no programa de humor fazia uma sátira a situação dos docentes no Brasil, principalmente da péssima qualidade do ensino público e da falta de professores qualificados no interior. Salvemos os professores!!! Corremos o risco de perdê-los.
Navegando pela internet, encontrei um xará, o Café Docente. É um blog que fala sobre a questão da educação e do docente no Brasil. Assim como a Fernanda Ramirez, dona do blog, quero compartilhar com vocês este texto, de um autor desconhecido, que nos incita para uma reflexão de como está a situação do professor no nosso querido país. Leia abaixo:
Prezado amigo: Bom dia!

E olha que eu ganho mais que outros colegas de profissão que não possuem um curso superior como eu e recebem minguados R$440,00. Será que alguém acha que com um salário assim, a rede ensino poderá contar com professores competentes e dispostos a ensinar?
Não querendo generalizar, pois ainda existem bons professores lecionando, mas atualmente a regra é essa: o professor faz de conta que dá aula, o aluno faz de conta que aprende, o governo faz de conta que paga e a escola aprova o aluno mal preparado. Incrível, mas é a pura verdade! Sinceramente, eu leciono porque sou um idealista e atualmente vejo a profissão como um trabalho social. Mas nessa semana, o soco que tomei na boca do estomago do meu idealismo foi duro!
Descobri que um parlamentar brasileiro custa para o país R$10,2 milhões por ano. São os parlamentares mais caros do mundo. O minuto trabalhado aqui custa ao contribuinte R$11.545. Na Itália, são gastos com parlamentares R$3,9 milhões, na França, pouco mais de R$2,8 milhões, na Espanha, cada parlamentar custa por ano R$850 mil e na vizinha, Argentina, R$1,3 milhões.
Trocando em miúdos um parlamentar custa ao Brasil por baixo:688 professores com curso superior!Diante dos fatos, gostaria muito, amigo, que você divulgasse minha campanha, na qual o lema será: "TROQUE UM PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES". (*) Poderia ter colocado no lema para 688 professores, mas coloquei a metade (344), pois assim, sobra uma verba para aumentar o nosso salário, que é uma vergonha...
Atenciosamente,prof. de física, interior da BA.
Trocando em miúdos um parlamentar custa ao Brasil por baixo:688 professores com curso superior!Diante dos fatos, gostaria muito, amigo, que você divulgasse minha campanha, na qual o lema será: "TROQUE UM PARLAMENTAR POR 344 PROFESSORES". (*) Poderia ter colocado no lema para 688 professores, mas coloquei a metade (344), pois assim, sobra uma verba para aumentar o nosso salário, que é uma vergonha...
Atenciosamente,prof. de física, interior da BA.
É ou não é para refletir?
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5 comentários
É vergonhoso a educação pública no Brasil...nossos professores são verdadeiros heróis. Adorei o blog!
ResponderExcluirSó sei de uma coisa: ñ quero ser professor!
ResponderExcluirSou professor e faço minhas as palavras desse professor de física. Precisamos de mais professores do que de deputados!
ResponderExcluirO artigo me fez refletir sobre como fui educada na escola, na época em que estudava. Era só decoreba, ninguém estava preocupado em entender a matéria, só passar de ano. Só agora, que estou mais madura e vou fazer vestibular percebo o quanto que essa percepção crítica faz falta. Gostei muito do blog, continue assim! Parabéns!
ResponderExcluirRealmente, ser professor é uma missão social...até mais que uma vocação.
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