Nessa última semana, os olhos do mundo se voltaram para o Rio de Janeiro. A cidade conhecida por ser o cartão-postal do Brasil se viu sitiada por bandidos. Tudo começou quando criminosos armaram um ataque na rodovia Rio-Magé (BR-116), na altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no fim da noite de sábado (20/11), em resposta à implantação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Durante toda semana, a onda de violência continuou. Veículos foram queimados, cabines da polícia metralhadas e inocentes feridos em meio ao fogo cruzado.
Desde quinta-feira (25/11), a Polícia Civil, Militar e Federal tem concentrado a operação na Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro, sob a liderança do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e apoio das Forças Armadas. Foi exatamente nesse dia que uma cena impressionou o mundo: vários bandidos correndo entre os morros, fugindo da Vila Cruzeiro em direção ao Complexo do Alemão. A polícia acredita que 500 criminosos estão escondidos no complexo.
Pelo noticiário, a ação das autoridades é acompanhada como se fosse um reality show. Ou melhor, um frame do recente “Tropa de Elite 2”, como bem lembrou o jornalista e blogueiro @alerocha na sua coluna. Na película de José Padilha, as autoridades cariocas se encontram numa situação semelhante, onde a sociedade pressiona por uma resposta a onda de violência que se instalou. No filme, tanto a polícia, quanto a política local, estão entrelaçados com a criminalidade. Na vida real, temos a ligeira impressão, que as autoridades querem resolver o problema. Só espero que não sejam ações imediatistas, mas sim de longo prazo.
Ligeira impressão porque o problema do tráfico de drogas no Rio e o “poder paralelo” que existe nas favelas não é de agora. É antigo e existe há muito. Na falta de anos de ausência do Estado, o “poder paralelo do tráfico” criou novas leis, hábitos e uma população oprimida pela pobreza e pelo medo, afinal ninguém quer morrer em um “microondas” da vida.
Vendo as cenas do Rio de Janeiro, mais especificamente das ações de enfrentamento à violência na Vila Cruzeiro, temos a certeza que estamos em uma guerra civil que não vai terminar agora, mas que exige um trabalho a longo prazo de transformar toda uma sociedade, passando pela política local, pela polícia e, principalmente, pela educação da sociedade. Ver as Forças Armadas na rua mostra o quanto a coisa é séria e que a polícia está falida. Não adianta clamar pelo Capitão Nascimento – nosso anti-heroi tupiniquim preferido do momento. O buraco é mais embaixo!
» Clique aqui e leia o desabafo do internauta Ricardo Ferrarez, no site Cena Aberta, sobre a onda de violência no Rio de Janeiro.
*Fotos: Portal R7
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*Observação: Este artigo faz parte da minha participação na seção Ponto de Vista, do site do Cena Aberta, onde três jornalistas publicam um artigo mostrando pontos diferenciados sobre o mesmo assunto. Todo sábado você vai encontrar artigo escritos por Endrigo Annyston, Emanuelle Najjar e Wander Veroni.
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Wander Veroni
Jornalista
Desde quinta-feira (25/11), a Polícia Civil, Militar e Federal tem concentrado a operação na Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro, sob a liderança do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e apoio das Forças Armadas. Foi exatamente nesse dia que uma cena impressionou o mundo: vários bandidos correndo entre os morros, fugindo da Vila Cruzeiro em direção ao Complexo do Alemão. A polícia acredita que 500 criminosos estão escondidos no complexo.
A paz que os traficantes querem é a paz que eles tiveram todos esses anos de omissão do Estado.Paz para tocarem seus negócios livremente !less than a minute ago via webAna Beatriz Barbosa
anabeatrizpsi
Pelo noticiário, a ação das autoridades é acompanhada como se fosse um reality show. Ou melhor, um frame do recente “Tropa de Elite 2”, como bem lembrou o jornalista e blogueiro @alerocha na sua coluna. Na película de José Padilha, as autoridades cariocas se encontram numa situação semelhante, onde a sociedade pressiona por uma resposta a onda de violência que se instalou. No filme, tanto a polícia, quanto a política local, estão entrelaçados com a criminalidade. Na vida real, temos a ligeira impressão, que as autoridades querem resolver o problema. Só espero que não sejam ações imediatistas, mas sim de longo prazo.
Ligeira impressão porque o problema do tráfico de drogas no Rio e o “poder paralelo” que existe nas favelas não é de agora. É antigo e existe há muito. Na falta de anos de ausência do Estado, o “poder paralelo do tráfico” criou novas leis, hábitos e uma população oprimida pela pobreza e pelo medo, afinal ninguém quer morrer em um “microondas” da vida.
Vendo as cenas do Rio de Janeiro, mais especificamente das ações de enfrentamento à violência na Vila Cruzeiro, temos a certeza que estamos em uma guerra civil que não vai terminar agora, mas que exige um trabalho a longo prazo de transformar toda uma sociedade, passando pela política local, pela polícia e, principalmente, pela educação da sociedade. Ver as Forças Armadas na rua mostra o quanto a coisa é séria e que a polícia está falida. Não adianta clamar pelo Capitão Nascimento – nosso anti-heroi tupiniquim preferido do momento. O buraco é mais embaixo!
» Clique aqui e leia o desabafo do internauta Ricardo Ferrarez, no site Cena Aberta, sobre a onda de violência no Rio de Janeiro.
*Fotos: Portal R7
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*Observação: Este artigo faz parte da minha participação na seção Ponto de Vista, do site do Cena Aberta, onde três jornalistas publicam um artigo mostrando pontos diferenciados sobre o mesmo assunto. Todo sábado você vai encontrar artigo escritos por Endrigo Annyston, Emanuelle Najjar e Wander Veroni.
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Wander Veroni
Jornalista