Divertir, propor debate, informar e desenvolver uma linguagem que fale diretamente para o público jovem. Se pararmos para pensar, hoje em dia, são raros – para não dizer poucos, os programas voltados para o público adolescente na TV aberta. Aos poucos, essas atrações estão desaparecendo ou migrando de vez para a TV Paga. Nem a MTV, que já foi referência neste assunto, conseguiu segurar a onda e tem desandado feio nos últimos tempos. Nesta primeira década do século XXI, a TV aberta ousou poucas vezes investir em formatos voltados exclusivamente para o público jovem, de uma maneira mais transparente, direta e sem canastrice.
Até porque, inclusive o público tem dificuldade de se ver nessas atrações e criar uma identificação. Antigamente, culpavam o horário. Hoje, falo sem pestenejar que é a falta de conteúdo que afasta o telespectador. O que adianta alta tecnologia e a interação com as redes sociais se não há conteúdo? Se horário significasse alguma coisa, o Altas Horas não seria a referência que é. Sem falsa modéstia, o melhor programa de auditório voltado para o público jovem.
Da outra ponta da discussão – não que seja um modelo a ser seguido, mas a novela Malhação é um dos poucos programas que, ao longo dos anos, se manteve firme e fortes na grade da televisão falando para o jovem na faixa vespertina. Errou, sim. Inclusive a temporada atual é um fiasco, infelizmente. Mas, querendo ou não, teve algumas temporadas vitoriosas e que, de alguma forma, contribuíram para importantes discussões sobre os temas que repercutem nessa fase tão cheia de dúvidas da nossa vida.
Há algumas semanas atrás, a Band estreou o programa PopCorn. Houve quem disse, antes da estreia, que a atração seria uma espécie de Programa Livre. Ledo engano. É mais um tapa buraco sem conteúdo da grade vespertina. Por causa desse auê, confesso que fiquei esperançoso sobre uma possível volta dos programas de auditório vespertino, voltado para o público jovem. Serginho Groisman e Luciano Huck, hoje na Rede Globo, fizeram história no final da década de 1990, com programas que eram voltados para o público teen.
Quem não se lembra do “Fala, garatooo!” ao som de bate-papos livres e descontraídos entre convidado e platéia do Serginho Groisman, hein? Ou ainda, as musas Tiazinha e Feiticeira que invadiram a fantasia sexual dos marmanjos de plantão? Sim, esses programas fazem falta. Prova disso é que o telespectador está cada vez mais saudosista. Mesmo cada um tendo formato e proposta completamente diferente, Huck e Groisman lideraram um movimento de programas de auditório para adolescente por quase uma década. Hoje, a TV aberta ficou pobre. Parou de produzir entretenimento e conteúdo autoral. Todos têm medo de errar. Querem o êxito imediato. Ninguém quer inovar. A maioria dos formatos atuais são comprados de produtoras e adaptados.
Tá, você pode dizer que o CQC e Pânico na TV são programas jovens também. Mas, nem tanto. A responsabilidade deles ainda está mais para o humor e para o escracho. Ah, ainda tem as séries americanas que utilizaram ao máximo as desventuras que todos os jovens passam no ensino médio até a entrada para universidade. Sim, nem tudo está perdido. No próximo semestre, até a Rede Record vai investir novamente neste filão ao apresentar o remake da telenovela “Rebeldes”.
O que me pergunto é se realmente o jovem de hoje se sente bem representado na TV. E os ídolos atuais possuem algum quê de originalidade? Não que espere algo revolucionário aconteça. Não é isso. Claro, gosto cada um tem o seu. Isso não está em discussão. O que debato é a qualidade daquilo que é ofertado como conteúdo ou entretenimento. O jovem precisa se ver mais na TV e procurar atrações que realmente falem do universo que ele vive, sem aquele tom professoral ou de arrogância. Chega de imbecilidade!
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Wander Veroni
Jornalista
Até porque, inclusive o público tem dificuldade de se ver nessas atrações e criar uma identificação. Antigamente, culpavam o horário. Hoje, falo sem pestenejar que é a falta de conteúdo que afasta o telespectador. O que adianta alta tecnologia e a interação com as redes sociais se não há conteúdo? Se horário significasse alguma coisa, o Altas Horas não seria a referência que é. Sem falsa modéstia, o melhor programa de auditório voltado para o público jovem.
Da outra ponta da discussão – não que seja um modelo a ser seguido, mas a novela Malhação é um dos poucos programas que, ao longo dos anos, se manteve firme e fortes na grade da televisão falando para o jovem na faixa vespertina. Errou, sim. Inclusive a temporada atual é um fiasco, infelizmente. Mas, querendo ou não, teve algumas temporadas vitoriosas e que, de alguma forma, contribuíram para importantes discussões sobre os temas que repercutem nessa fase tão cheia de dúvidas da nossa vida.
Há algumas semanas atrás, a Band estreou o programa PopCorn. Houve quem disse, antes da estreia, que a atração seria uma espécie de Programa Livre. Ledo engano. É mais um tapa buraco sem conteúdo da grade vespertina. Por causa desse auê, confesso que fiquei esperançoso sobre uma possível volta dos programas de auditório vespertino, voltado para o público jovem. Serginho Groisman e Luciano Huck, hoje na Rede Globo, fizeram história no final da década de 1990, com programas que eram voltados para o público teen.
Quem não se lembra do “Fala, garatooo!” ao som de bate-papos livres e descontraídos entre convidado e platéia do Serginho Groisman, hein? Ou ainda, as musas Tiazinha e Feiticeira que invadiram a fantasia sexual dos marmanjos de plantão? Sim, esses programas fazem falta. Prova disso é que o telespectador está cada vez mais saudosista. Mesmo cada um tendo formato e proposta completamente diferente, Huck e Groisman lideraram um movimento de programas de auditório para adolescente por quase uma década. Hoje, a TV aberta ficou pobre. Parou de produzir entretenimento e conteúdo autoral. Todos têm medo de errar. Querem o êxito imediato. Ninguém quer inovar. A maioria dos formatos atuais são comprados de produtoras e adaptados.
Tá, você pode dizer que o CQC e Pânico na TV são programas jovens também. Mas, nem tanto. A responsabilidade deles ainda está mais para o humor e para o escracho. Ah, ainda tem as séries americanas que utilizaram ao máximo as desventuras que todos os jovens passam no ensino médio até a entrada para universidade. Sim, nem tudo está perdido. No próximo semestre, até a Rede Record vai investir novamente neste filão ao apresentar o remake da telenovela “Rebeldes”.
O que me pergunto é se realmente o jovem de hoje se sente bem representado na TV. E os ídolos atuais possuem algum quê de originalidade? Não que espere algo revolucionário aconteça. Não é isso. Claro, gosto cada um tem o seu. Isso não está em discussão. O que debato é a qualidade daquilo que é ofertado como conteúdo ou entretenimento. O jovem precisa se ver mais na TV e procurar atrações que realmente falem do universo que ele vive, sem aquele tom professoral ou de arrogância. Chega de imbecilidade!
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Wander Veroni
Jornalista