Há algum tempo, a Rede Record colocou no ar um novo slogam: "TV de Primeira". Essa nova identidade marcaria o período pós-consolidação da vice-liderança e do slogam antigo ("A caminho da liderança") que marcou a emissora da Barra Funda, principalmente em 2004-2006, fase em que foram feitos investimentos em teledramaturgia, jornalismo e infra-estrtura.
Desde 2008, a Record passa por uma fase crítica de organização e criatividade na sua programação. Mas, foi em 2009 que essa crise ficou muito mais clara para o telespectador, pois a emissora mostra de forma bem clara que só se importa em ter uma boa média de audiência, em detrimento de fidelizar horários para o público ou compor uma grade mais tradicional.
Desde 2008, a Record passa por uma fase crítica de organização e criatividade na sua programação. Mas, foi em 2009 que essa crise ficou muito mais clara para o telespectador, pois a emissora mostra de forma bem clara que só se importa em ter uma boa média de audiência, em detrimento de fidelizar horários para o público ou compor uma grade mais tradicional.
O SBT, por incrível que pareça, atualmente possui uma grade mais organizada que a Record. A constante mudanças de horários dos programas e uma falta de organização entre a programação local - no caso de Minas Gerais, com a programação nacional - de São Paulo, é o que mais chama atenção do telespectador que fica sem entender a lógica dessa bagunça.
Um dos exemplos diários dessa falta de organização é o programa matinal "Hoje em Dia", que começa às 09h30, de segunda a sexta-feira, e vai até ao meio-dia, em Minas. Em São Paulo - que possui a cabeça de rede e comanda a programação nacional, o programa vai até às 13h.
Um dos exemplos diários dessa falta de organização é o programa matinal "Hoje em Dia", que começa às 09h30, de segunda a sexta-feira, e vai até ao meio-dia, em Minas. Em São Paulo - que possui a cabeça de rede e comanda a programação nacional, o programa vai até às 13h.
Aqui em Minas Gerais, o "Hoje em Dia" termina ao meio-dia para passar 50 minutos do desenho "Pica-Pau" que, de tanto ser reprisado, já ficou insuportável. Em seguinda, entra o "Balanço Geral", com Mauro Tramonte, que fica no ar das 12h50 até 14h30.
Depois de muitas críticas à estreia de Tramonte no ano passado, o apresentador conseguiu criar uma identidade forte no vídeo e possui um inegável carisma ao misturar jornalismo com entretenimento. Ponto para a Record Minas que soube se reinventar!
Mas, a dúvida que fica é porque não herdar a audiência do "Hoje em Dia", que sabiamente tem usado entrevistas e bastidores do "A Fazenda" nessa faixa de horário para turbinar a média do programa. Se não tem um programa local, porque tampar buraco com desenho? Não seria melhor ordenar a grade local com a nacional? Fica a dúvida.
Depois de muitas críticas à estreia de Tramonte no ano passado, o apresentador conseguiu criar uma identidade forte no vídeo e possui um inegável carisma ao misturar jornalismo com entretenimento. Ponto para a Record Minas que soube se reinventar!
Mas, a dúvida que fica é porque não herdar a audiência do "Hoje em Dia", que sabiamente tem usado entrevistas e bastidores do "A Fazenda" nessa faixa de horário para turbinar a média do programa. Se não tem um programa local, porque tampar buraco com desenho? Não seria melhor ordenar a grade local com a nacional? Fica a dúvida.
A programação local é importante para aproximar os telespectadores de uma região com a emissora. Sou a favor que se invista em produções locais, tanto para o público, quanto para a contratação de novos profissionais. Mas a Record precisa repensar a sua grade com um todo e não gerar esse tipo de conflito entre o que é programação local e o que é tampa-buraco. É preciso ter bom senso!
Efeito Fazenda
Se o "Pica-Pau" já foi o salva-guarda de audiência da Record, atualmente o reality show "A Fazenda" tem ajudado a emissora a melhorar a média de audiência em períodos críticos, principalmente no horário nobre. Se o reality nesta edição não teve Pay-per-view, a Record praticamente fez uma overdose dele durante toda a programação. Nesta segunda-feira (29/06), para entregar uma boa audiência para a estreia do novo "Jornal da Record", às 19h50, com Celso Freitas e Ana Paula Padrão, teve o "A Fazenda" às 19h, 21h30 e 23h.
Ainda, para mostrar o quanto a Record Minas não está de acordo com a programação nacional, no meio do "A Fazenda", da edição das 19h, a emissora cortou o programa do nada e entrou o "MG Record" com a cara mais lavada do mundo.
Peraí: aonde foi para o respeito com quem está assistindo o programa? Porque a Record Minas não coloca o "MG Record" às 18h30, pois desde às 17h, depois do "Programa da Tarde", com a Maria Cândida, o "Pica-Pau" fica no ar por quase duas horas. A grade de programação da Record possui um tanto de buracos - impressionante!
Peraí: aonde foi para o respeito com quem está assistindo o programa? Porque a Record Minas não coloca o "MG Record" às 18h30, pois desde às 17h, depois do "Programa da Tarde", com a Maria Cândida, o "Pica-Pau" fica no ar por quase duas horas. A grade de programação da Record possui um tanto de buracos - impressionante!
Não é à toa que a Globo se mantém líder até hoje porque respeita os horários dos programas e possui uma organização entre a programação nacional e local. Ninguém nunca viu uma novela ser cortada do nada, sem avisar o telespectador, para que o telejornal local entre. Não é contratando artistas da emissora X ou Y que o telespectador vai mudar de canal facilmente.
O telespectador não é tão passivo quanto os diretores de TV pensam. Se não houver respeito com o público - tanto em qualidade, como em horários, não há como fazer um diferencial de credibilidade e polarizar uma rivalidade que está há anos luz de distãncia.
O telespectador não é tão passivo quanto os diretores de TV pensam. Se não houver respeito com o público - tanto em qualidade, como em horários, não há como fazer um diferencial de credibilidade e polarizar uma rivalidade que está há anos luz de distãncia.
Novo Jornal?
Se mudar o cenário, a vinheta e a apresentadora é criar um novo telejornal, o jornalismo está perdido...hehehe. Nada contra Ana Paula Padrão - que por sinal é uma ótima jornalista e apresentadora, mas sim a "cara-de-pau" da Record de achar que o telespectador é idiota.
Com a entrada de Padrão na emissora, seria a hora da Record apostar em um novo formato para o "Jornal da Record" e mostrar de uma vez por todas que a emissora pode ir além do que copiar o "Jornal Nacional" ou boa parte da programação da Globo.
Com a entrada de Padrão na emissora, seria a hora da Record apostar em um novo formato para o "Jornal da Record" e mostrar de uma vez por todas que a emissora pode ir além do que copiar o "Jornal Nacional" ou boa parte da programação da Globo.
A estreia do telejornal trouxe uma série de reportagens feita por Ana Paula Padrão chamada de "S.O.S Brasil", onde a jornalista pretende levantar o debate de temas críticos na sociedade brasileira, como o sistema penitenciário - que ao invés de punir e reeducar, promove uma verdadeira escola do crime organizado.
Além disso, o telejornal trouxe em um link ao vivo, direto de Nova York, com a nova correpondente internacional Adriana Araújo - que antes era apresentadora do "Jornal da Record". Por mais que a dança das cadeiras tenha sido muito falada na mídia, seria uma boa oportunidade de não só Adriana, mas Ana Paula falarem sobre o assunto de forma amistosa, explicar para o público a mudança e dar um tom de mais informalidade.
Outra novidade foi a estréia do novo news room da Rede Record, com a redação totalmente repaginada. O cenário ficou muito bonito e bem feito, apesar de lembrar muito o "Jornal Nacional". Me pergunto - sinceramente, se algum dia a Record ocupar a liderança, quem ela irá copiar? A emissora possui um jornalismo mais profundo, investigativo e conta com bons profissionais. Ou seja, tem tudo para ter um jornalismo de primeira, mas prefere fazer o mais do mesmo.
Além disso, o telejornal trouxe em um link ao vivo, direto de Nova York, com a nova correpondente internacional Adriana Araújo - que antes era apresentadora do "Jornal da Record". Por mais que a dança das cadeiras tenha sido muito falada na mídia, seria uma boa oportunidade de não só Adriana, mas Ana Paula falarem sobre o assunto de forma amistosa, explicar para o público a mudança e dar um tom de mais informalidade.
Outra novidade foi a estréia do novo news room da Rede Record, com a redação totalmente repaginada. O cenário ficou muito bonito e bem feito, apesar de lembrar muito o "Jornal Nacional". Me pergunto - sinceramente, se algum dia a Record ocupar a liderança, quem ela irá copiar? A emissora possui um jornalismo mais profundo, investigativo e conta com bons profissionais. Ou seja, tem tudo para ter um jornalismo de primeira, mas prefere fazer o mais do mesmo.
Está na hora da Record pensar em criar uma identidade para si, arrumar a bagunça que está a sua grade de programação e investir em novas propostas. Afinal, sem criatividade e organização, não tem como ser uma TV de Primeira.
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Jornalista